10 de nov. de 2011

O que é #5: Visual Kei (ヴィジュアル系)

Visual kei (ヴィジュアル系 visual kei/bijuaru kei, "linhagem visual" ou "estilo visual"), ou visual j-rock, é um movimento musical que surgiu no Japão na década de 1980.
Consiste na mistura de diversas vertentes musicais como rock, metal e, muitas vezes, uso de instrumentos relacionados à música clássica, tais como violino, violoncelo, orgão, cravo e piano (exemplo de bandas que utilizam esta influência seriam MALICE MIZER, Moi dix Mois, Sito Magus e Versailles). Uma das peculiaridades desse movimento é a ênfase na aparência de seus artistas, muitas vezes extravagante, outras vezes mais leve, mas quase sempre misturada com a androginia, e shows chamativos. No visual kei a música anda sempre ao lado da imagem e vice-versa.

Algumas bandas consideradas pioneiras do visual kei são, X JAPAN,DD’ERLANGERNIGHTMARE , DEAD ENDBUCK-TICK,Kamaitachi e COLOR. O movimento teve seu auge em meados da década de 1990, quando bandas como BUCK-TICKX JAPANLUNA SEAKuroyumeMALICE MIZERSHAZNA e outras conquistaram o público e o mercado japonês. Mais tarde, durante os anos 2000, bandas como Nightmare,Moi dix MoisD'espairsRayBLOODArt CubeKagerouKagrra,Onmyo-Za,Alice Nine e the GazettE iniciaram campanhas oficiais na Europa e em alguns países das Américas, lugares onde hoje em dia também já existe uma base sólida de fãs do movimento.


Apesar de ser um termo a princípio referente à imagem das bandas, "visual kei" pode referir-se também à música das mesmas, uma vez que várias delas produzem ou produziram músicas de sonoridades que não se encaixam em outros rótulos existentes.
Algumas das sonoridades clássicas do visual kei teriam se caracterizado entre as décadas de 1980 e 1990, consolidando-se na última. Tais sonoridades teriam sofrido influências de estilos musicais como hard rock, punk rock, pós-punk, ska, etc


Cada membro de uma banda Visual Kei expressa seus sentimentos ou fantasias compostas pela música através de cabelos pintados e penteados de forma extravagante, roupas, maquiagens, acessórios, encenações trágicas/dramáticas, recorrendo muitas vezes ao simbolismo para ter uma idéia do que eles queriam representar. Essa extravagância na maneira de se vestir também é uma representação do conceito ONI, comumente traduzido como demônio, sem que seja exatamente bem ou mau. Algumas bandas criam histórias e os membros representam personagens (como a banda Psycho lê Cemú). Embora a orientação sexual dos músicos não tenha influência nenhuma no Visual Kei, muitos pensam que são homossexuais devido ao estilo, uma vez que os ONIs são andrógenos.
No que se refere à sexualidade, “somos todos sombras abstratas sem forma, não há diferença entre homem e mulher”. Os homens mostram seu lado mais feminino e as mulheres se livram de sua sexualidade, voltando à infância. O visual kei assume a ambiguidade sexual como meta, assim que os Visual Kei costumam ser bissexuais, homossexuais e heterosexuais liberais. 


Já existia uma boa variação de estilos entre as bandas visuais até a década de 2000. Após o início da mesma, tal variação cresceu ainda mais, buscando novas e ainda mais diversificadas fontes de inspiração. Entre diversos casos, pode-se citar o do grupo Kagrra, que combinou o rock do visual kei com música tradicional japonesa e deu origem ao que chama de "neo-japanesque"; o do Merry, que mistura em seus trabalhos elementos de jazz, punk e rock’n’roll tradicional; e o de Miyavi, que desenvolveu um estilo solo onde realiza diferentes funções ao mesmo tempo como cantar, tocar violão com técnicas pouco comuns na utilização do mesmo como slap e executar percussão em um gigpig e/ou no corpo do próprio violão. Adiante, Miyavi combinou este estilo a uma abordagem mais pop e hip hop, contando com o apoio de uma banda que inclui DJ, MC/beatboxer e sapateador, gerando o que ele nomeou como "neo vizualism".


Um caso que parece já ter servido de inspiração para diversas outras bandas é o do Dir en grey. Em 2002, o grupo começou a adicionar elementos do nu metal à sua música, característica que prevalece até hoje em seus trabalhos. Na mesma época, o MUCC começou a fazer uma mistura semelhante, porém com outra roupagem. No entanto, devido a semelhanças sonoras que abrangem, por exemplo, padrões de riffs e linhas vocais, é possível que tenha sido o Dir en grey o grupo inspirador de bandas como the GazettE, girugämesh,RENTRER EN SOI e Sadie (que inclui ex-roadies do Dir en grey).


Principais Subgêneros 

Como visual kei é um termo que não denomina diretamente um determinado tipo de musicalidade, uma parte da comunidade utiliza outros termos que denominam subgêneros na hora de explicar características da música. Porém, como uma parte dessas divisões foi concebida apenas pela aparência externa, não devem ser utilizadas como uma divisão rígida da música. Esses gêneros se diversificaram a partir da segunda metade da década de 1990, mas foram sendo "selecionados" e recentemente alguns caíram em desuso. É característico que um gênero, ao expandir sua influência, acabe causando a perda de popularidade dos demais gêneros de forma rápida. Também é comum haver uma separação de gêneros por regiões.

Kotevi Kei



Gênero interpretado e tido como um dos mais proeminentes, ao menos na década de 1990. Pensa-se que o nome foi dado como antônimo de "soft visual kei".
O kotevi kei tem tendência a dar mais ênfase à presença de palco do que a performance musical em si, sendo caracterizado pelo uso de roupas esplendorosas e vistosas. As bandas atuam predominantemente na cena indie (independente), com poucos grupos atuando como major. A primeira fase de Dir en grey é um exemplo de kotevi kei que chegou a atuar como major. Kotevi kei também é frequentemente chamado de "kote kei". Embora seja comumente tratado como o contrário do soft visual kei, ambos os estilos têm origem na cidade de Osaka e fizeram sucesso em épocas próximas, tendo, portanto, diversas semelhanças.
Dentro do kotevi kei podemos distinguir ainda o "kuro kei (grupo preto)" e o "shiro kei (grupo branco)". O kuro kei é caracterizado pelo seu som pesado e obscuro e por suas composições mais rápidas, enquanto que o "shiro kei" é voltado para um som melodioso e composições "limpas". A banda responsável pela criação do shiro kei seria L'Arc~en~Ciel, que, no começo de sua carreira, costumava se apresentar com a cor branca em destaque em suas roupas. Além disso, L'Arc~en~Ciel tocava músicas com características dos sons visual kei, mas não tão pesadas e agressivas quanto os trabalhos de alguns de seus contemporâneos do mesmo movimento.


Kurofuku kei

Segundo o nome, é um estilo cuja base é formada pelas roupas com elementos pretos. Refere-se a bandas do final da década de 1980 e da primeira metade da década de 1990, que possuíam um estilo mais obscuro, com possível referência ao gótico. Não é comum usar o termo "kurofuku kei" para se referir às bandas que utilizavam roupas compostas por esmalte.


Diz-se que Youka é a banda precursora deste movimento. Também se encaixam neste estilo BUCK-TICK,LUNA SEA, ZI:KILL, Kuroyume e BY-SEXUAL (ao menos, no início de suas respectivas carreiras).


Há diversas bandas que tentaram seguir o kurofuku kei. Ao se comparar com o kotevi kei, a maquiagem é pouca, e é comum usar maquiagens que dêem uma imagem mais obscura.

Soft visual kei



Conforme o nome, são bandas que utilizam como fundamento roupas pouco chamativas e maquiagem leve (por exemplo, apenas base). É o estilo de visual que possui o maior número de fãs homens. Surgiram com força no final da década de 1990, com diversas bandas atuando como major ou próximos disso, ao contrário do kotevi kei, que ganhava destaque na cena indie, na época. Alguns exemplos de bandas de soft visual kei são GLAY, SIAM SHADE, SOPHIA, Janne Da Arc e Sid (ao menos, no início de suas respectivas carreiras). O estilo teria entrado em "vias de extinção", juntamente com o kotevi kei, no início do novo século.


Oshare kei

Encaixam-se neste rótulo bandas que se vestem com roupas "fashion" (com mais pormenores e mais vistosas). Esses grupos explodiram na cena indie entre 2002 e 2004, quando a influência das bandas kotevi kei começou a cair (no final de 2001, Dir en grey começou a distanciar-se bruscamente do kotevi kei, por exemplo). Diz-se que este movimento tem suas raízes nos trabalhos do baroque.
No oshare kei, é comum ouvir composições mais pop e "coloridas" do que as de outras bandas, incorporando uma tendência de um ritmo mais variado. Bandas representativas são AN CAFE, Ayabie, Charlotte, Aicle, SuG , entre outras.


Koteosa kei



Tornando-se popular a partir de 2005, é percebido com um estilo para o qual o oshare kei teria "evoluído". Tanto pela aparência quanto pela música, pode-se pensar que é resultante da fusão de oshare e kotevi kei. Exemplo de uma banda é LM.C

Iryou kei

Nome dado às bandas que chegaram a usar aparência que remete a uma atmosfera médica, como roupas de hospital, gazes ou curativos de olhos. Pode-se citar como exemplos PIERROT, MALICE MIZER e La'Mule. 


Até mesmo no cinema e na literatura há casos de obras que usaram cenários escuros como os que existem nos hospitais, e estas bandas chegaram a utilizar tais elementos para representar sua música nesta atmosfera. As composições seriam obscuras e remeteriam a locais sombrios e úmidos.

Nagoya kei

Um dos termos genéricos usados para designar as bandas de visual kei cujas atividades se concentram nos arredores de uma determinada cidade ou região japonesas, no caso, Nagoya. O exemplo mais representativo do nagoya kei é Kuroyume. Essas bandas ganharam força por volta de 1990 e prosperaram no cenário de gravadoras independentes. Também houve diversas bandas que atuaram no cenário das grandes gravadoras, mas como a popularidade do visual kei começava a diminuir rapidamente, também houve diversas bandas que duraram pouco tempo. Também há bandas que continuaram atuando mesmo após a queda da popularidade do visual rock, tais como ROUAGE, Laputa e FANATIC◇CRISIS.


Há diversas bandas que se aproximam dos gêneros kotevi e kurofuku kei, mas em relação à música, os grupos costumam desenvolver sonoridades próprias. A tendência de pessoas de Nagoya não simpatizarem com pessoas da região de Kanto, particularmente da cidade de Tóquio, teria feito com que essas bandas atuassem próximas uma das outras, o que pode ter contribuído para um ambiente mais fechado, onde as características peculiares desse estilo puderam tomar forma.



Angura kei e eroguro kei
"Angura" é uma palavra japonesa equivalente à inglesa "underground", um termo que designa manifestações alternativas e de pouca exposição na mídia. O conceito do angura kei foi aplicado primeiro nos teatros japoneses nos anos 1960 e depois em outras formas de arte, como pintura e música. A intenção era criar algo unicamente japonês, uma contracultura, se opondo à invasão cultural estadunidense—que começou após a Segunda Guerra Mundial.


Desde o início dos anos 1990, a música angura kei vem conquistando restrita popularidade no Japão, sem perder seus conceitos de contra-cultura—um rock despretensioso, misturado com cultura nipônica. Um famoso exemplo de angura kei é a banda Inugami Circus Dan, formada por três homens e tendo no vocal uma mulher, algo incomum no visual kei.
A palavra "eroguro" é uma mistura adaptada para o japonês das palavras "erotic" ("erótico" em inglês) e "grotesque" ("grotesco" em inglês). O termo "eroguro kei" vem do movimento "eroguro nonsense", estilo artístico criado no Japão por volta de 1920, expressado através da literatura, artes visuais e, no final dos anos 1980, na música, principalmente no movimento visual kei. Temas decorrentes do eroguro kei são representações decadentes de sexualidade, horror chocante e humor sádico, embora isto não seja uma regra (vide próximo parágrafo).


Um grupo reconhecido como pertencente ao eroguro kei é o extinto cali≠gari. Seu single "Kimi ga Saku Yama" (de 2000) tinha como tema a necrofilia. O CD trazia estampado o resultado de uma pesquisa feita com cem estudantes colegiais: "Você gosta de necrofilia?" -- 42% responderam "não", 29% responderam "sim", 19% ficaram indecisos e 10% não responderam.
Uma banda que assume claramente o rótulo de eroguro kei é Merry, que teve algumas capas de discos criadas pelo renomado quadrinhista eroguro Suehiro Maruo.


Estas definições de angura kei e eroguro kei não são definitivas ou absolutas. As informações sobre os assuntos disponíveis em idiomas ocidentais são escassas ou, em muitos casos, de baixa confiabilidade, por serem textos que frequentemente expressam as visões pessoais de fãs. Algumas vezes, é difícil definir até mesmo se uma banda é na verdade eroguro ou angura. MUCC é um grupo associado por muitos fãs ao eroguro kei, embora não haja evidências de que algum trabalho do MUCC encaixe-se em tal rótulo. Outros exemplos de bandas associadas ao angura kei e/ou ao eroguro kei são Guruguru Eigakan e Dagashi Kashi
Ex Bandas Visual kei


É muito comum que, com o passar do tempo, bandas visuais adotem uma imagem menos elaborada das que as caracterizaram como uma banda de visual kei, frequentemente realizando mudanças também em seu som e no seu comportamento no palco. Existe controvérsia dos fãs entre si e entre os veículos da mídia, também entre si, de quando uma banda ou um artista deixam de participar do movimento visual kei.


Um caso clássico desta controvérsia é o do grupo Dir en grey. Um dos maiores representantes do visual kei no final da década de 1990 e no início da de 2000, a banda atualmente se apresenta trajando roupas como camisetas e calças jeans comuns e tocando um som com influências de rock e metal pesados ocidentais. No entanto, mesmo após a mudança, alguns textos continuam referindo-se a eles como banda visual.


Em outros casos, pode haver confusão gerada pelas próprias atitudes, trabalhos e declarações de um artista. O cantor Gackt foi vocalista da banda visual MALICE MIZER. Quando iniciou sua carreira solo, adotou um visual bem mais casual, abandonando a maquiagem pesada e cabelos excêntricos e usando roupas menos trabalhadas. Além disso, sua música não possui características semelhantes com os sons clássicos do visual kei dos anos 1990, tampouco com os sons de bandas mais recentes que se inspiram nos mesmos. Apesar de tudo, Gackt considera-se um artista de visual kei.




Grafias de Nomes de Bandas Visual Kei


No geral, os japoneses frequentemente trabalham a estética das palavras escritas com algarismos romanos, por eles chamados de "romaji". Diferente da cultura Ocidental, na qual nomes próprios normalmente são escritos apenas com a primeira letra maiúscula e as seguintes minúsculas, na cultura japonesa há nomes gravados de diversas formas diferentes. No mercado fonográfico do Japão—o que inclui artistas visuais, logicamente—encontram-se nomes de bandas e artistas gravados oficialmente apenas com letras maiúsculas (ex. BUCK-TICK, PIERROT), apenas com minúsculas (ex. hide, deadman), com misturas de maiúsculas e minúsculas (ex. KuRt, HIZAKI grace project), com apóstrofos (ex. La'Mule, La'cryma Christi), tios (L'Arc~en~Ciel, Fine~A’rts), pontos finais (LAB. THE BASEMENT,alice nine., ANNY’s LTD.), vírgula (Kagrra,), dois pontos (ZI:KILL, DAS:VASSER), os mais diversos sinais gráficos (cali≠gari, Lυτёη∀), tradução de ideograma com letra trocada (雅-miyavi- – os japoneses pronunciam "miyabi" de qualquer modo, pois trocam o "v" pelo "b" na hora de falar), etc.


Há casos com diferentes romanizações oficiais adotas por alguns artistas. Por exemplo, os trabalhos da banda Dir en grey, que romaniza com todas as letras maiúsculas todos os títulos de discos, músicas e etc. que originalmente são escritos com ideogramas. Outro exemplo de mudança de grafia quando há romanização é o nome do músico Miyavi, que em textos em inglês escreve-o com a primeira letra maiúscula, em vez de apenas retirar o ideograma e usar a primeira letra minúscula, como na grafia original usada durante vários anos a partir de 2002.





Espero que tenham gostado do post!
Kissus e até!



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